Médicos tarefeiros desmentem paralisação

Os médicos tarefeiros negaram estar a considerar avançar para uma paralisação. Em comunicado, garantem ainda que "nenhuma urgência está fechada por falta de médicos prestadores de serviços".

Joana Raposo Santos - RTP /
Foto: Pedro A. Pina - RTP

Os médicos prestadores de serviços vieram esta quinta-feira desmentir que estejam a pensar avançar com uma paralisação a nível nacional. A hipótese de paralisação nas urgências de todo o país foi inicialmente avançada pelo jornal Público.

“A informação e todo o enredo mediático, sobre uma hipotética paralisação dos Médicos Prestadores de Serviço, assentou numa ata de uma primeira reunião que vazou do grupo e que foi publicada, em primeira mão, pelo Jornal Público, de forma descontextualizada e sem ter havido a preocupação por ouvir as fontes”, esclarecem os médicos num comunicado.
Manifestando repúdio, a Direção dos Médicos Prestadores de Serviço Portugueses explica que à data da publicação da notícia esses fundamentos “já nem sequer estavam em cima da mesa, da forma como foram publicitados”.

“Desde há muito ficou decido, como é normal, que qualquer avaliação às medidas vertidas no alegado novo decreto-lei (DL), só aconteceria após se conhecer efetivamente o DL, pelo que a notícia de que as urgências iriam parar após saída do DL, além de constituir uma mentira, já à data de ontem, demonstra uma total falta de bom senso de informar bem, causando o pânico generalizado e infundado”.

Os médicos escrevem ainda que solicitaram ao Ministério da Saúde uma reunião para avaliação desse decreto-lei, numa tentativa de entenderem as medidas que o Governo pretende implementar e para darem a sua visão do terreno.

Além disso, os profissionais esclarecem que neste momento “nenhuma urgência está fechada por falta de médicos prestadores de serviços” graças à “ética, profissionalismo e dedicação” que têm demonstrando ao longo de vários anos.

“Rejeitamos as notícias sensacionalistas em relação ao valor por hora auferido por estes profissionais, passando a ideia de que todos, a todas as horas, ganham mais de 100 euros por hora, quando isso é factualmente errado”, lê-se ainda no comunicado.

“Além de que não informam que o valor auferido é o custo total para a instituição tendo em conta que aos prestadores de serviço não lhes é dado qualquer direito laboral, em comparação com os profissionais com vínculo, pelo que qualquer comparação de valor terá sempre de ter em conta este ‘pormaior’”, acrescentam.
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